Considerações
A partir de tudo o que foi exposto, esperamos que você tenha avaliado e repensado como o processo de escolarização do Brasil foi implementado e como ainda há muita desigualdade social escancarada nesse território. Nesse sentido, ressaltamos ainda que acreditamos que a superação de raízes tão desiguais que conformaram a história do Brasil e que determinam também desigualdades sociais latentes se dará em um processo de descolonização da escola, que sugere reverter as lógicas coloniais impregnadas em sua organização. Sabemos que romper com esse modelo é demasiadamente difícil, pois ele se relaciona a séculos de uma história de dominação que vivemos no País.
E essa história, como sabemos, hierarquizou sujeitos e saberes. Contudo, acreditamos que essa lógica pode ser ao menos fissurada quando os processos pedagógicos escolares absorverem efetivamente a diversidade de sujeitos, que se dá na dimensão cultural, da raça, do gênero, dos saberes e nas especificidades dos tempos de vivência, ou seja, em características próprias de socialização das infâncias, das juventudes e das vidas adultas.
No entanto, é propício que a escola seja construída por todos, agregando a diversidade de sujeitos que dela fazem parte. Para isso, é imprescindível o desenvolvimento de políticas como o PBF, que ampara financeiramente famílias em situação de pobreza e em extrema pobreza, garantindo direitos nas áreas da educação, da saúde e da assistência social. A oportunidade de expansão das trajetórias escolares por seus beneficiários(as) é significativamente ampliada.
No âmbito da escola, entendemos que a efetiva participação e o protagonismo dos estudantes nos processos educativos e a não hierarquização de seus modos de vida são capazes de construir uma escola que transforme as diferenças em pontos de partida para a valorização da diversidade e para a construção do conhecimento a partir desta.