Considerações

 Ao longo deste módulo, percorremos experiências que nos evidenciaram que a educação escolar pode se enriquecer de significados ao encontrar-se com as dinâmicas sociais e culturais existentes nos territórios onde os estudantes vivem.

Vimos que, entre as fronteiras da escola, do bairro, da cidade e do campo, o território educativo é produzido pelos sujeitos – ou seja, estudantes, professores, funcionários, famílias –, em contato com o bairro e com a comunidade. Essas relações possibilitam, além de um aprendizado mais situado, a emergência de ações coletivas, a melhoria de espaços na comunidade e a intensificação do sentimento de pertença dos estudantes com a escola, pois os processos pedagógicos passam a estar vinculados ao seu espaço de vida.

Refletimos que a perspectiva do território educativo também auxilia a relação educador-educando, pois o ato de ensinar e aprender passa a se conectar com as experiências que perpassam as trajetórias das crianças, adolescentes e jovens, edificadas pela cultura e condições sociais de seus territórios de vida.  

Conversamos também sobre como aulas, passeios, excursões e demais atividades fora do espaço escolar têm proporcionado aos educandos a compreensão da cultura da cidade e do campo, a partir da relação entre o local e o global. 

Finalmente, compreendemos que as relações de poder são intrínsecas ao encontro da escola com o território, na medida em que diversos grupos e indivíduos buscam a apropriação do espaço, colocando a escola numa complexa trama de relações de poder, para a qual ela precisa atentar e considerar nos projetos desenvolvidos.

Portanto, trazer a dimensão do território para pensarmos os processos de permanência dos estudantes de classes populares na escola, bem como dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), é de suma importância.