Educação Ambiental


“Nós não herdamos o mundo de nossos antepassados, nós tomamos emprestado de nossos filhos”

Provérbio Chinês

A Educação Ambiental, vista como uma estratégia de promoção de saúde e prevenção de doenças e agravos à saúde, possui forte potencial transformador tanto para esta geração quanto para as gerações futuras.

Não nos interessa aqui darmos muita atenção sobre o conceito de “Educação Ambiental”; mas podemos  considerar que o meio ambiente é tudo que nos cerca, e que está tão interligado na vida sociocultural que se torna impossível separarmos o que é natural do que é social.

Figura 8: estudantes na horta. Elaboração: LANTEC-UFSC (2018).

Importa percebermos que tudo o que fazemos e consentimos que outros façam está ligado a todo meio ambiente, pois pode produzir efeitos com alcances imprevisíveis. Nesse sentido, a Educação Ambiental que nos interessa corresponde muito mais a uma postura ética ambiental do que propriamente a um conceito. Ao pensarmos nos locais onde residem a maioria dos estudantes beneficiários do Bolsa Família, podemos imaginar que o meio ambiente é uma grande referência. Muitos deles tentam viver do que a terra dá, seja como filhos de pequenos agricultores e membros de comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

O despertar dessa consciência é parte de uma Educação Ambiental comprometida com uma educação emancipatória, com potência de superar as práticas predatórias no mundo e instituir cada vez mais o território educador sustentável. O sentido de pertencimento inaugura o ciclo de cuidado na criança e no adolescente. Fazê-lo perceber que pertence a um território, a uma comunidade, ao bairro, ao município, ao Estado, ao Brasil, ao planeta Terra. O autocuidado é uma forma de cuidar do planeta.

Vamos ver alguns relatos de como a educação e o desenvolvimento social da comunidade, aliados à uma convivência harmoniosa, pode gerar bons frutos para todos.

Fonte: Projeto Trajetórias Escolares (2018).

Do ponto de vista legal, a Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e, em seu art. 10, assegura que “A Educação Ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal” (BRASIL, 1999) e que não deve ser implantada como disciplina no currículo.  

Assim, essa prática educativa complexa e interdisciplinar deve se organizar na dinâmica do espaço relacional da escola, onde as pessoas que habitam áreas urbanas possam ser percebidas como pertencentes à vida social e cultural de sua região a partir de sua interação sustentável, como o fazem os grupos quilombolas ribeirinhos e indígenas, e não somente como predadoras ambientais.

O protagonismo das crianças, adolescentes e jovens tem uma importância estratégica na construção dessa nova ética. A abertura de espaços de interlocução com o território educativo, por meio da criação de coletivos de estudantes atuantes, favorece o engajamento desses sujeitos em projetos ambientais e é um fator de proteção importante.

Arte e cultura

Por fim, arte e cultura são também elementos promotores de saúde na escola. Falar sobre eles, no país das desigualdades, é um desafio e uma necessidade. Sabemos que a pobreza é fruto das relações humanas desiguais. A concentração de renda e a produção da miséria evidenciam a brutalidade da vida em sociedade. A escola pode se apropriar dessa realidade cheia de contradições e duplos sentidos e transformar em alimento para a imaginação do estudante essa linguagem crua que favorece a expressão de tudo que se fez silêncio em tantas crianças e adolescentes. A arte é uma forma de intervenção e diálogo com o mundo que nos cerca.

Como elemento pedagógico, implica no desenvolvimento de um senso estético e criativo e traz a oportunidade de exploração de materiais, de diferentes linguagens, texturas e percepções. É, sem dúvida, um despertar de sensibilidades. Por meio do senso estético, cada criança e adolescente vai se identificar com determinados aspectos do mundo e esses elementos comporão sua cultura. Portanto, a cultura deve ser entendida como as expressões, pensamentos e manifestações de uma comunidade.

Figura 9: prática pedagógica. Elaboração: LANTEC-UFSC (2018).

As diferentes linguagens precisam ser apresentadas aos alunos para que se identifiquem com uma ou outra. Linguagem visuais (fotografia, cinema, desenho, grafite etc), linguagem musical (diálogo entre o som e o silêncio por meio de voz, instrumentos e outros) e linguagem cênica (teatro, dança, circo). A arte cria um espaço de tensão que é resolvido pacificamente. A arte ensina a resistência às adversidades. Aqui, seriam muito bem vindas parcerias com outros atores sociais do bairro para fortalecimento e expansão das ações.

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Vídeo: "XVIII Prêmio Arte na Escola Cidadã - Ensino Fundamental I"


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