
Introdução
Atenção integral à saúde de crianças e de adolescentes em situação de pobreza
O que você entende sobre saúde?
Em Buriti de Goiás, a 150 km de Goiânia, um jovem de apenas 12 anos se vê obrigado a abandonar a escola para cuidar do pai. Nas palavras do menino: “Eu sentia que tinha que fazer isso. Se eu não fizesse isso, não teria ninguém para fazer por ele”. O jovem cursava o 7º ano. “Dá vontade de voltar né, de voltar a estudar… vontade dá”. (Ver notícia completa)
Neste texto vamos trabalhar com problemas de saúde associados à baixa frequência e ao baixo desempenho escolar. O tratamento de doenças, problemas físicos, psicológicos e mentais, falta de merenda escolar e a experiência da morte são alguns dos problemas que se destacam pelo fato de que são experiências vivenciadas diariamente em contextos escolares em situação de maior vulnerabilidade. Entendemos que é muito importante refletir sobre saúde e sobre os processos de aprendizagem; para isso, é necessário falar também de saúde mental e sofrimento das pessoas que estão cotidianamente nas escolas, principalmente alunos e professores. Traremos o desafio de compreendermos a construção do sentido do “para sempre”, que tem como foco o papel da escola em relação à presença cotidiana da morte na vida de crianças, adolescentes e jovens em situações de pobreza e extrema pobreza. Acreditamos que a implementação da Política de Promoção de Saúde é um caminho para melhorar a qualidade de vida dos sujeitos nas escolas.
Acreditamos também que não cabe apenas à escola tratar dessa promoção de saúde dos alunos: precisamos da ajuda das pessoas que estão além dos muros da escola para alcançar nossos objetivos, ou seja, de toda a comunidade. Além disso, essas crianças, adolescentes e jovens não serão alunos para sempre, e, por conta disso, é nosso dever criar condições para que eles consigam tomar decisões mais saudáveis também fora da escola, e se preocupem com questões relacionadas à saúde mesmo quando não estiverem mais em idade escolar. Mas essa não é uma tarefa fácil. Esse trabalho exige que o(a) educador(a) assuma seu papel social de proteger e orientar, de acolher a todos em suas especificidades físicas, emocionais, de crenças, etnias, raças, gêneros, origens e contextos socioculturais.
