Educação Ambiental
“Nós não herdamos o mundo de nossos antepassados, nós tomamos emprestado de nossos filhos”
A Educação Ambiental, vista como uma estratégia de promoção de saúde e prevenção de doenças e agravos à saúde, possui forte potencial transformador tanto para esta geração quanto para as gerações futuras.
Não nos interessa aqui darmos muita atenção sobre o conceito de “Educação Ambiental”; mas podemos considerar que o meio ambiente é tudo que nos cerca, e que está tão interligado na vida sociocultural que se torna impossível separarmos o que é natural do que é social.

Importa percebermos que tudo o que fazemos e consentimos que outros façam está ligado a todo meio ambiente, pois pode produzir efeitos com alcances imprevisíveis. Nesse sentido, a Educação Ambiental que nos interessa corresponde muito mais a uma postura ética ambiental do que propriamente a um conceito. Ao pensarmos nos locais onde residem a maioria dos estudantes beneficiários do Bolsa Família, podemos imaginar que o meio ambiente é uma grande referência. Muitos deles tentam viver do que a terra dá, seja como filhos de pequenos agricultores e membros de comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
O despertar dessa consciência é parte de uma Educação Ambiental comprometida com uma educação emancipatória, com potência de superar as práticas predatórias no mundo e instituir cada vez mais o território educador sustentável. O sentido de pertencimento inaugura o ciclo de cuidado na criança e no adolescente. Fazê-lo perceber que pertence a um território, a uma comunidade, ao bairro, ao município, ao Estado, ao Brasil, ao planeta Terra. O autocuidado é uma forma de cuidar do planeta.
Vamos ver alguns relatos de como a educação e o desenvolvimento social da comunidade, aliados à uma convivência harmoniosa, pode gerar bons frutos para todos.
Fonte: Projeto Trajetórias Escolares (2018).
Do ponto de vista legal, a Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e, em seu art. 10, assegura que “A Educação Ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal” (BRASIL, 1999) e que não deve ser implantada como disciplina no currículo.
Assim, essa prática educativa complexa e interdisciplinar deve se organizar na dinâmica do espaço relacional da escola, onde as pessoas que habitam áreas urbanas possam ser percebidas como pertencentes à vida social e cultural de sua região a partir de sua interação sustentável, como o fazem os grupos quilombolas ribeirinhos e indígenas, e não somente como predadoras ambientais.
O protagonismo das crianças, adolescentes e jovens tem uma importância estratégica na construção dessa nova ética. A abertura de espaços de interlocução com o território educativo, por meio da criação de coletivos de estudantes atuantes, favorece o engajamento desses sujeitos em projetos ambientais e é um fator de proteção importante.
Arte e cultura
Por fim, arte e cultura são também elementos promotores de saúde na escola. Falar sobre eles, no país das desigualdades, é um desafio e uma necessidade. Sabemos que a pobreza é fruto das relações humanas desiguais. A concentração de renda e a produção da miséria evidenciam a brutalidade da vida em sociedade. A escola pode se apropriar dessa realidade cheia de contradições e duplos sentidos e transformar em alimento para a imaginação do estudante essa linguagem crua que favorece a expressão de tudo que se fez silêncio em tantas crianças e adolescentes. A arte é uma forma de intervenção e diálogo com o mundo que nos cerca.
Como elemento pedagógico, implica no desenvolvimento de um senso estético e criativo e traz a oportunidade de exploração de materiais, de diferentes linguagens, texturas e percepções. É, sem dúvida, um despertar de sensibilidades. Por meio do senso estético, cada criança e adolescente vai se identificar com determinados aspectos do mundo e esses elementos comporão sua cultura. Portanto, a cultura deve ser entendida como as expressões, pensamentos e manifestações de uma comunidade.

As diferentes linguagens precisam ser apresentadas aos alunos para que se identifiquem com uma ou outra. Linguagem visuais (fotografia, cinema, desenho, grafite etc), linguagem musical (diálogo entre o som e o silêncio por meio de voz, instrumentos e outros) e linguagem cênica (teatro, dança, circo). A arte cria um espaço de tensão que é resolvido pacificamente. A arte ensina a resistência às adversidades. Aqui, seriam muito bem vindas parcerias com outros atores sociais do bairro para fortalecimento e expansão das ações.
Vídeo: "XVIII Prêmio Arte na Escola Cidadã - Ensino Fundamental I"
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