Meningite, HPV e as vacinas
Algumas doenças que atingem com frequência nossas crianças e adolescentes podem ser evitadas pela vacinação, sobretudo nos sujeitos que se encontram em situações de maior vulnerabilidade socioeconômica, vivendo em localidades que, por vezes, não têm as mínimas condições de saneamento básico, moradia, alimentação e maiores dificuldades de acesso a atendimentos básicos e de qualidade. Se a vacina for realizada na escola, é necessária uma articulação da rede de atenção básica com a escola para que esta possa preparar os adolescentes, informando, esclarecendo, tirando dúvidas e conversando com as famílias. Entre essas doenças comuns, destacamos a meningite e o HPV.
Fonte: Brasil (2018).
A meningite é uma doença grave que atinge o sistema nervoso e causa inflamações em determinadas partes do corpo. Essas áreas inflamadas, por sua vez, podem variar de acordo com o caminho percorrido pelo agente que causa a infecção. Do ponto de vista da saúde pública, as meningites causadas por vírus e bactérias são as mais perigosas, pois ocorrem com maior frequência e têm mais potencial de causar surtos. A meningite pode ser transmitida de diferentes formas e é uma doença endêmica, ou seja, espera-se que anualmente surjam casos, sobretudo no inverno e no verão. Essa doença possui uma série de sintomas; contudo, em crianças esses sintomas são mais difíceis de serem notados.
O HPV é uma doença que atinge a pele e a mucosa, podendo causar verrugas e lesões que podem resultar em câncer no futuro, sobretudo câncer de colo de útero. Por isso há uma grande preocupação na vacinação de meninas e adolescentes contra a doença. Além disso, os vírus dessa doença são transmitidos no contato com a pele, e por isso também pode ser considerada uma doença sexualmente transmissível, o que aponta para a importância de uma Educação Sexual de qualidade, pois os maiores problemas relacionados ao HPV podem ser evitados com o uso de preservativo, aliado ao uso correto da vacina. Tanto pessoas do sexo masculino como do feminino podem contrair a doença, mas não podemos deixar de apontar para o fato de que para as pessoas do sexo feminino as consequências do HPV são muito maiores e piores.
Além da meningite e do HPV, outras doenças como febre amarela e malária também são evitáveis se as respectivas vacinas forem tomadas corretamente.
Malária, dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos
Em 2012, foram detectados cerca de 250 mil casos de malária no Brasil (SANTELLI et al., 2016), em 2013 foram cerca de 177 mil casos e, em 2014, esse número caiu para 143 mil casos (BRASIL, 2015). Apesar da diminuição de casos registrados, a malária caracteriza-se como uma doença insistente e com forte potencial endêmico. Prova disso é o fato de que a região conhecida como Amazônia Legal concentrou 99,9% dos casos durante todo esse período (SANTELLI et al., 2016).
A malária é uma doença infecciosa que, no Brasil, manifesta-se em três formas diferentes de acordo com o tipo de protozoário, e cada tipo de malária precisa de um tipo diferente de tratamento. A malária está fortemente relacionada às condições de pobreza e extrema pobreza, e 86% dos casos registrados ocorrem em áreas rurais e indígenas, diferentemente da tuberculose que, como vimos, tem uma maior incidência em áreas com alta concentração de pessoas.
Devemos dar atenção a algumas áreas em especial, como áreas em que vivem populações indígenas. Alguns fatores característicos dessas regiões podem dificultar o combate à malária, como a dificuldade de acesso de profissionais da saúde a essas áreas, alterações ambientais e dificuldade de acesso dessas populações a serviços de saúde. Existem algumas formas de diminuir os riscos de infecção por malária e essas dicas são importantes principalmente para quem mora na região destacada anteriormente. O vetor da malária é um mosquito, assim como ocorre com a dengue, e, por isso, evitar acúmulo de água parada, usar repelentes e mosquiteiros são formas de de diminuir o risco de infecção.
No que tange aos sintomas da doença, o primeiro deles é uma gripe. A partir disso, a pessoa infectada pode desenvolver febre, dor nas articulações e na cabeça, vômitos, convulsões e anemia. Em casos mais extremos, a doença pode causar danos cerebrais, pode levar ao coma e à morte. O diagnóstico da malária é relativamente simples; contudo, nem sempre está disponível nos serviços de saúde. Isso pode levar a um diagnóstico e a um tratamento errados.
Existem alguns materiais que podem ser usados na escola para trabalhar a questão da malária com os estudantes e, de forma progressiva, com toda a comunidade em volta da escola. Para saber mais, acesse:
Rede do bem contra a malária em Como Saber se é Malária?
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Rede do bem contra a malária em O Tratamento Não Pode Parar.
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É difícil alguém que não conheça o nome “dengue”, da mesma forma que é difícil alguém não se lembrar que essa doença infecciosa é transmitida por um mosquito que gosta de água parada e limpa. Pois bem, esse mosquito, Aedes aegypti, não transmite apenas a dengue; essa espécie pode transmitir outras doenças, tais como o zika vírus e a chikungunya. Essas três doenças (dengue, zika vírus e chikungunya) foram consideradas como “parentes” por terem sintomas muito parecidos, embora o nível de dor ou persistência seja diferente. Você pode conhecer mais sobre esses sintomas aqui.
O convívio com o mosquito Aedes é uma realidade no Brasil; trata-se de uma criatura doméstica, pois costuma se estabelecer dentro ou muito próximo de residências ou construções. Ou seja, tem mais potencial endêmico em regiões urbanas. Outra realidade é a dificuldade de combater a proliferação do mosquito, tanto pela dificuldade de encontrá-lo como pela facilidade que esse inseto tem de se adaptar ao ambiente urbano. Outro grande problema é que não há vacinas que eliminem as chances de contrair essas doenças, sendo que o mais comum é tentar impedir a proliferação do mosquito e, caso ocorra a infecção, tratar a doença com profissionais da saúde.